A bicicleta pode ser usada como meio de transporte? Olhe que essa pergunta é difícil de responder porque eu uso as Av. Luciano Carneiro, Av. Aguanambi e Rua Carlos Vasconcelos para ir ao trabalho. Acredito que o importante é ter cuidado, principalmente nas horas de pico quando volto. O uso de equipamentos próprios refletores de luz, capacete, são importantes para uma pedalada segura, não esquecendo de respeitar as normas de trânsito.
Vou fazer um relato dia a dia com as percepções de Fortaleza, a partir da ótica de um ciclista, que sabe não surgirão novas idéias.
A intenção é sair pedalando para trabalho, simplesmente isso – uma espécie de ativismo, mas sem a desenvoltura e impacto necessário para elevar o transporte por bicicleta ao status de meio de transporte possível para as cidades, ainda assim não vou deixar passar essa oportunidade, até porque ir trabalhar de bike é muito melhor ! Algo muito simples de se perceber: enquanto vc. pedala algumas coisas se processam naturalmente a interação do ciclista com o ambiente urbano é a primeira delas.
Olhar fortaleza sobre um outro prisma, essa é minha idéia – não me aborreço porque simplesmente o trânsito não anda, até porque isso é inevitável numa cidade onde que vivem 2,3 milhões de pessoas; 450 mil veículos; 1 acidente a cada 23 minutos; 1 atropelamento a cada 3 horas; 1 morto a cada 23 horas (dados: SIATFOR 2005), vivemos em uma sociedade voltada para os deslocamento de carros, por outro lado tb. vivemos em uma cidade incapaz de apresentar soluções ou projetos para melhorar este caos urbano.
Aos poucos estou aprendendo a negociar com o trânsito: respeitar a sinalização, semáforos, lidar com motoristas mal-educados, até porque é importante lembrar que a bicicleta parece invisível no trânsito, algo insignificante que atrapalha, mas o curioso é quando passo por um carro parado com seu motorista isolado dentro dele, certamente não nos veremos mais, ainda que façamos o mesmo percurso – levo 15,5 mim de bike para percorrer os 37 mim que estava fazendo de carro. Fico atendo a tudo, mas ignoro as testas franzidas ou gestos e sigo em frente deixando para trás os responsáveis por 40% das emissões dos gases que causam o efeito estufa.
2º DIA 17.06.2008
Hoje vou falar um pouco sobre o percurso e os problemas de infra-esturura enfrentados durante o trajeto.
O caminho para trabalho.....
Não resta dúvida que em um percurso de 6 km a bicicleta é o melhor meio de transporte, mas também não deixa de ser um grande desafio, considerando as dificuldades que se tem pela frente. Na saída enacaro a Av. Luciano Carneiro, uma rua de grande fluxo de carros e ônibus que fica bastante congestinoada nos trechos onde ela é cortada pela Boges de Melo e Treze de Maio, mas é justamente nestes pontos que fica evidente a superioridade da bike frente aos transportes motorizados, em virtude do fluxo de ônibus e necessário ficar atendo com as paradas, tanto com as paradas bruscas dos gigantes quantos com os passageioros que podem dar sinal para os ônibus e te acertarem, hoje escapei por pouco.Na rua Jaime Benévolo a grande criação arquitetônica é digna de menção:
Pelo CTN, onde não há ciclovia o ciclista é obrigado a pedalar na direita próximo ao meio fio, mas no caso existe uma vala, ou algo equivalente inventado no momento em que asfaltaram a rua, aqui simplesmente deixaram de asfaltar e aproveiraram a base de pedra e transformaram em uma canelata onde não possível andar - resultdo: vc. acaba pedalando mais dentro da via, o que fica mais difícil nos trechos onde tem muitos buracos e onde o asfalto já cedeu.
Dois uarteitoões depois da Domingos Olímpio saio da Jaime em direção a Don Manuel, onde sigo a direita - aqui o cuidado é com a passagem do sinal, não tem tempo para travessia de pedestres então praticamente só vai dá para passar com o sinal aberto, isso vais requerer um pouco de atenção, pois os pedestres têm que atravessar a avenida correndo (é fd.) e como na bike a saída é rápida temos que lembrar que o pedestre tem preferência frente a bike (CTN).
Na Domingos Olímpio é coisa de gente grande - vc. tem que estar ligado o tempo todo, mesmo no meu caso que não chega a 1 km - é uma via de grande fluxo e dá de tudo, lembrando que tem até uma cova das obras de fortaleza bela (1 semana), nesse momento tenho que ocupar toda a faixa restante para minha segurança, mas por mais incrível que pareça não fui atormentado por buzinas ou palavrões - mas considerando que minha vel.med. é superior a dos carros na via não há nada de impressionante.
Entranto na Rua Pinto Madeira vc. se depara com um refresco, uma ladeira que convida vc. a para de pedalar e seguir tranqüilamente, mas não se engane uma rua com poucos sinais bem asfaltada - os motoristas aproveitam para empurar os pés e aproveitar a força dos carrões, uma Le Mans para os comedores de gerimuns.
Agora vamos para a Rua carlos Vasconcelos, sem novidades rua estreita muitos carros e muita atenção (sem novidades), mas acontece algo curioso que merece a chamada, muita gente abre as portas dos carros se dar a mínima para vc. que tá vindo, principalmente qd. os carros estão parados nos cruzamentos - acho que são caronas.
Pronto ! do quatro quarteirões depois, após 14 ou 15 minutos concluo meu percurso, quando vi no google maps que vc. faz este percurso em 20 minutos de carro deu vontade de rir...... de carro eu não consigo chegar em menos de 30.
Até amanhã...............
3º DIA 18.06.2003
Certa vez um amigo meu que faz viagens de bicicleta me disse que: "viajar de bike é uma lição de vida, onde se aprende a desapego a humildade". ele contou que ao fazer a primeira viagem de bike levou 5 camisas, bermudas, muita comida, livros, máquina fotográfica e todo tipo de quinquilharia como se fosse pegar um avião e passar uns dias em um local paradisíaco, mas aos poucos foi vendo que aquilo tudo representava um peso adicional que lhe esgotava as forças em uma ladeira mais íngreme, então começou a desfazer das pequenas coisas e chegou a abandonar um alforge inteiro em um posto de gasolina sem que nada disso lhe fizesse falta até o fim da viagem, de cara achei que isso era idealização romântica, pedalar para mim é uma questão prática, somente isso, mas depois que comecei a usar a bike nos meus deslocamentos diários percebi algumas coisas. No começo minha mochila ia abarrotada e aos poucos fui eliminado os excessos e hoje só carrego o essencial, e mais não sinto o menor constrangimento em estar pedalando e encontrar um conhecido de carro nas ruas - é ! Acho que dá para tiar algumas lições de vida de experências tão simples como pedalar.
Vou fazer uma proposta – pense – enquanto pedala, afaste-se do ipod (até porque é muito arriscado), tenho feito isso e estou percebendo que em nossa sociedade de consumo, onde ter e usar um carrão é um referencial de sucesso pessoal, nunca será o bastante, aí vem a necessidade de ter um som potente, rodas com isso e faróis com luzes incrementadas que custam R$ 1.000,00. Lembro que o carro aqui é apenas ilustrativo, pois estou apenas considerando a oposição a bicicleta, mas não resta dúvida que o consumo desenfreado tem nos feito carregar peso demais em nossas vidas, a televisão de plasma que nos prende por horas em frente a tv. videogames que tem criado uma geração de crianças obsesas, aí chega a hora em que tentamos subir uma ladeira e o peso tá grande demais, vc. acumulou muito e acabou se apegando a bens ao invés de valores, mas algo vai ter que ser deixado para trás? ...... pois é - pense !
4º DIA 19.06.2008
Parece que todo dia tenho uma reclamação a fazer, afinal ir trabalhar de bicicleta é tão chato assim ???? Na verdade eu estou tentando explicar quais a dificuldades que encontro em uma cidade cresce sem planejamento urbano e que está “inchando” e que as dentre as políticas públicas implementadas não se vislumbra um crescimento sustentável e justo para toda sociedade.
Hoje saí um pouco mais tarde de casa intencionalmente para poder observar outros aspectos do trânsito e gostaria de ressaltar um – a poluição. 
A queima de combustíveis fósseis, considerados recursos naturais não renováveis, gera a emissão de partículas de enxofre, elemento químico extremamente nocivo a saúde e que mata cerca de seis mil brasileiros todos os anos, considerando apenas as cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife. "Podia fazer uma lista telefônica dos efeitos que a poluição causa nas pessoas, mas o mais importante deles é que a gente vive menos", afirma Paulo Saldiva, chefe do departamento de patologia da Faculdade de Medicina da USP e referência internacional no estudo da poluição.
Entre 1996 e 2005, enquanto a população cresceu 12%, o volume de automóveis aumentou 70%. As invisíveis partículas que saem dos escapamentos dos automóveis mataram, em 2007, o dobro quue os assassinatos na cidade de São Paulo, depois disso tudo fico até arrepiado enquanto pedalo atrás de um carro ou um ônibus enquanto recebo aquela “baforada” de fumaça .
Falta a nossa cidade uma fiscalização sobre a emissão de gases poluentes nos carros de passeio, o que é uma exigência do Código de Trânsito Brasileiro e do PROGRAMA DE CONTROLE DA POLUIÇÃO DOAR POR VEÍCULOS AUTOMOTORES – elaborado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama, nunca vi ou ouvi falar em uma fiscalização deste tipo feita pela AMC, então quem sabe está idéia não se transforme me mais um projeto para melhorar o ambiente urbano da cidade

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