sexta-feira, 30 de maio de 2008

Proposta para Plano Diretor de Fortaleza - Carta ao Presidente do Partido Verde

Ao Sr. Marcelo Silva

Presidente do Partido Verde no Ceará


“Em três anos o número de veículos aumentou mais de 40% do que estava previsto no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Porto Alegre. Em 10 anos teremos o dobro de veículos que hoje existe” (Central Globo de Jornalismo).

Esta notícia é realmente de arrepiar, pois está previsto um colapso no trânsito das principais cidades do Brasil, dentro de 10 anos, ou seja, chegará um momento em que os congestionamentos acontecerão durante o dia todo e que os carros ficarão totalmente parados.

Parece que a busca incessante por crescimento econômico precisa urgentemente tomar outros rumos. O incentivo ao consumo exacerbado e individualizado tem feito com que as pessoas comprem cada vez mais carros. Claro que todos querem a liberdade de ir e vir conforme suas necessidades e realmente a tecnologia nos tem dado este privilégio, mas a que preço? A locomoção das pessoas não pode mais se basear apenas no uso individualizado dos veículos.

Acredito que na esteira de se criar uma cidade sustentável foi apresentado o Projeto de Lei Complementar 009 de 27 de maio de 2008, que institui o Plano Diretor do Município de Fortaleza, que traz na mensagem de encaminhamento os objetivos desta lei – "Estabelecer diretrizes e ações estratégicas para diversas políticas setoriais", uma delas me chamou bastante a atenção: a Mobilidade, inicialmente porque sou ciclista e tento, digo tento por motivos óbvios, me deslocar na cidade de Fortaleza usando a bicicleta como meio de transporte em um segundo aspecto que chama a atenção é que no referido Projeto de Lei não há nenhuma referência clara, ou principiológica, quanto à garantia da promoção do uso de meios de transportes não motorizados – Lembro que os veículos automotores que utilizam combustíveis fósseis são responsáveis por 40% dos gases que causam o efeito estufa e o aquecimento global.

Considerando a agenda 21 e os valores pregados pelo partido que V.S.ª Preside (Partido Verde/CE), venho solicitar que seja apresentada uma proposta de emenda ao PL do Plano Diretor, por intermédio da bancada de seu partido na Câmara, para incluir a obrigação do Município de Fortaleza criar projetos e infra-estrutura para utilização de meios não motorizados (bicicletas, andar, patins, etc.) e a integração destes com os transportes coletivos.

Minha sugestão para este ponto:

Emenda ao Capítulo II – Dos Objetivos do Plano Diretor

Inclusão ao Art. 4º do inciso XVII:

XVII – Promover programas de Mobilidade por meios não motorizados, inserindo-os no desenho urbano, visando à redução do impacto ambiental negativo na construção de uma cidade sustentável.

Justificativa:

O Ministério das Cidades tem buscado a implementação de políticas de mobilidade urbana para construção de cidades sustentáveis inserindo este novo conceito nos planejamentos estratégicos das cidades brasileiras, considerando o momento atual de elaboração do Plano Diretor da Cidade de Fortaleza é de vital importância que se fixe esta diretriz dentre os objetivos programáticos deste diploma legal.
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Está na hora de revermos urgentemente as estratégias de mobilidade urbana, passando da constatação para a ação efetiva, ou seja, para propostas que realmente melhorem as condições do trânsito atual. Precisamos de alternativas eficientes, o que envolve segurança e conforto, entre outras coisas.

Desde de já agradeço a V.Sa. todo apoio prestado

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Câmara debate Plano Diretor – Projeto Fortaleza Cicloviável

Vi no Jornal o Povo de hoje, quinta-feira (29 de maio), que a Câmara Municipal de Fortaleza dará início às discussões do projeto de lei do Plano Diretor Participativo de Fortaleza (PDPFor). Decidi que este momento seria o ideal para começar a provocar algumas discussões sobre a implantação de política de uso para uso da bicicleta na cidade, aí foi uma correria, peguei a justificativa dos projetos de lei que eu havia preparado para o Vereador Marcio Lopes (PDT), fiz algumas alterações e transformei em uma Carta aos Vereadores de Fortaleza, propondo uma reflexão sobre a infra-estrutura da cidade e o futuro caótico que nos aguarda, aproveitei um documento do site da ONG Transporte Ativo, bolei um nome – Projeto Fortaleza Cicloviável (até que gostei, quem sabe ele não fica), montei algumas pastas e parti para Câmara. (foto. Relator do Plano Diretor recebe o Projeto Fortaleza Cicloviável)

Na solenidade de abertura, identifiquei os vereadores e entreguei a cada uma pasta de fiz um breve relatório sobre os problemas que enfrentam as pessoas que se deslocam de bicicleta em nossa cidade e mostrei que em cidades como o Rio de Janeiro se pretende dar a bicicleta um status de solução para deslocamentos urbanos intregrando-a aos demais meios de transporte como o metro e o ônibus, tentei conversar um pouco mais com o Relator Vereador Salmito (PT), mas a audiência já ia começar e acabei trocando só algumas palavras e entreguei a pasta com o projeto. Acredito que este primeiro passo tenha sido importante, embora muito tímido estou certo que para avançar em um modelo de moblidade sustentável não posso esperar que apenas os parlamentares da Câmara façam a diferença.

Dei uma olhada no projeto, achei técnico e muito focado em problemas ambientais e regionais(bairros), mas não vi nenhum enfoque no reordenamento da cidade, mas como estamos no começo acredito que se o Vereador do PDT, que está com os projetos der um força a idéia de mobilidade urbana sustentável sairá do papel para nossas ruas.

Quem tiver interesse em somar esforços fique atento para os debates do Plano Diretor, eles deverão ser realizados todas as quintas-feiras até agosto, pretetendo ir a alguns.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Aprender a Andar de Bicicleta



Eu aprendi a andar de bicicleta… andando. Ninguém me ensinou, talvez seja esta dificuldade que tenho ao encarar as ruas de Fortaleza, acho que um curso de pedal defensivo seria um bom passo para educação dos ciclistas, não adianta ficar chateado com motoristas e pedestres que nos tratam como invisíveis se não temos o mínimo de respeito pelas normas de trânsito, hoje resolvi inovar e usar um apito para poder ser notado nos cruzamentos e por pedestres que apesar de estarem olhando em minha direção parecem que não me enxergam e simplesmente descem o meio fio e pronto ! – fico sem ter o menor espaço para manobrar, mas o pior mesmo é encarar meu colega ciclista na contramão do fluxo de veículos.

Mas, e aí ! Onde é o lugar da bicicleta na rua? Quem disse que ela não pode circular em qualquer sentido? O código Brasileiro de Transito art. 58 tem uma resposta simples para estas perguntas.

Art.58. Nas vias urbanas e rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via com preferência sobre os veículos automotores.
Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrario ao fluxo dos veículos automotores desde que dotado o trecho com ciclofaixas.

Não custa nada dar uma olhada nestas normas de conduta (http://www.andersonbicicletas.com.br/materias/normas_de_conduta.htm) , quem sabe, assim, evito dar de cara com vc. amanhã e ter que subir no meio fio ou ficar te olhando de cara feia.

A todo momento tenho a impressão que a maioria das pessoas de Fortaleza usam o carro para se deslocar, isso não é verdade claro,mas não se pode negar que faz parte do imaginário da maioria, o carro está ligado a uma questão de status ir trabalhar de bicicleta marca a imagem, vc. é atleta ou um ser alternativo (alienígena), meus amigos me perguntam, vc. não tem medo de uma queda, um acidente,… Acho que andar de bicicleta devia fazer parte da Carta Universal dos Direitos Humanos. Perdemos o direito à rua, 20 % das pessoas que se deslocam de carro em nossa metrópole ocupam 80% das ruas, e com isso vem menos oportunidade para coisas como estar na rua e andar de bicicleta.

Para encarar Fortaleza como um ciclista urbano não há muito que fazer, é olhar a ausência de políticas publicas para incentivo do uso de bicicleta, e aprendermos a integrarmo-nos no trânsito, experimentando e aprendendo sozinho, com os sucessos e com os erros, com os sustos e com os exemplos de terceiros, e recorrendo a materiais estrangeiras (livros, sites, recursos multimídia). Um caminho sólido mas moroso e arriscado.

Mas quem realmente quiser dar as primeiras pedaladas pode aproveitar um dos grupos que fazem passeios noturnos em nossa cidade, por exmplo: o Bilas do Sertão (Varjota), Itaociclo (Godofredo Maciel) ou a Ciclone (Aldeota), participo deste último que é um pedal um pouco mais puxado e não é recomendado para os absolutamente iniciantes.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Ciclovias de Fortaleza - O que existe (praticamente nada) e que o futuro nos reserva



Hoje completam 4 semanas que enviei meu primeiro email a AMC - Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania da cidade de Fortaleza, minha pergunta aparentemente simples não teve ou não mereceu resposta "Quantos Km de Ciclovia temos em fortaleza?"



Diante da falta de informação resolvi fazer uma pesquisa por conta própria, então se alguém puder me ajudar mande as informações.

O Código de Transito Brasileiro (CTB) diz o seguinte:

"CICLOVIA - pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego comum."

Muitos não encontrarão nada de significativo nessa definição, mas o fato dela estar no CTB significa que a Bicicleta é um “Veículo” e não um brinquedo. O que realmente temos é o seguinte:

Fortaleza tem em torno de 42 quilômetros de ciclovias desconexas, isso está no site da AMC em um Clipping - se for verdade temos mais em km de ciclovia que São paulo, acredita?. Elas não são interligadas. Tem algumas que saem de canto nenhum e chegam a lugar algum.

na ciclovia da Avenida Washington Soares existem, além de bueiros abertos, postes no meio da via preferencial e umas trilhas verticais onde o pneu da bicicleta cai, causando uma queda de grandes proporções.

Doze horas de congestionamento


Um bom indicador do tamanho do transtorno vivido ontem pelo fortalezense é a duração dos congestionamentos ocorridos durante o dia. Segundo a Central de Atendimento da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), o primeiro engarrafamento foi registrado na rua Pereira de Miranda, nas proximidades do Terminal do Papicu, às 9h26min. Até as 21h26min, o tráfego ainda permanecia lento naquele trecho. A expectativa da autarquia era a de que o fluxo só se normalizasse na madrugada de hoje. Dados da AMC revelam a existência de nove pontos principais de congestionamento: avenidas Dedé Brasil, Bernardo Manuel, Engenheiro Santana Júnior, Augusto dos Anjos e Alberto Sá; ruas Júlio Abreu, Germano Franck, Nereu Ramos e a Via Expressa. Os trechos fazem parte do entorno dos terminais do Papicu e da Parangaba, os principais afetados pela manifestação dos motoristas. As avenidas Dedé Brasil, Godofredo Maciel e a rua Nereu Ramos registraram mais de cinco horas de carros parados e muita irritação. Filas de ônibus parados ocuparam um dos lados das vias que davam acesso ao Terminal da Parangaba, impedindo o fluxo dos veículos. O trânsito naquela área só voltou ao normal por volta das 21h30min. Quem estava de carro, procurou ruas paralelas para fugir do engarrafamento. Em vão. Muitos outros motoristas fizeram o mesmo, o que provocou também congestionamento nas ruas secundárias que cortam a avenida Dedé Brasil e escoam para os bairros Montese e o Passaré. Só os motociclistas conseguiam burlar a lenta fila de veículos. De acordo com o gerente de operações da AMC, Agamenon Pergentino, quase todo o efetivo de agentes da autarquia foi direcionado para a resolução dos problemas nos terminais. O principal trabalho desenvolvido durante o dia, segundo ele, foi tirar as pessoas presas no engarrafamento e criar desvios usando vias secundárias. Há quatro anos na função, ele afirma nunca ter presenciado uma ocorrência dessa magnitude envolvendo ônibus.

PONTOS

Avenidas

Dedé Brasil

Bernardo Manuel

Engenheiro Santana Jr.

Augusto do Anjos

Alberto Sá

Ruas

Júlio Abreu

Germano Franck

Nereu Ramos

Via Expressa


Fonte: Autarquia Municipal de Trânsito (AMC)

Uma Caloi 10 para nossa cidade

Depois de ler vários artigos sobre restaurações de C 10, resolvi ariscar e montar minha própria bike com o objetivo de gastar pouco e ter uma bicicleta que eu pudesse transitar nas ruas de Fortaleza sem medo de ser roubado, é bom lembrar que além do trânsito caótico de nossa metrópole somos obigados a conviver com dura realidade da violência desenfreada.

O quadro, cubos de falange alta e o freio traseiro dia-compe são os únicos componentes que consegui manter do modelo original, mas fiquem certos que se vc. se dipusser a montar sua bike nunca vai gastar pouco.

Passador shimano indexado "6V" - este não é mais fabricado, encontrei numa loja na Maraponga esquecido nun canto da prateleira.
Cambio dianteiro e traseiro shimano
Movimento central semi-selado da maraca CH
Corrente Indexada CH
Cassete de rosca Indexado Taiwan
Canote Kaloi
Selin SEM REF
Adesesivos originais da Caloi 10 comprados no Mercado Livre
Manetes de Freio TekTron
Guia para Conduites TekTron
Cabos Shimano Inox
Cachimbo 90 mm Kaloi
Pneus para Aro 27, mais apropriados para rua com buracos e subir alguns meios fios

Montar sua bike vai lhe garantir momentos de grande satisfação e te trazer grandes aborrecimentos, claro se vc. não for muito prático nisso. Quer um exemplo: pintei minha bike duas vezes até que resolvi mandar pintar numa loja e tb. não consegui regular as marchas.

Agora já tenho minha bicicleta para enacarar esta ciadade, sem a menor infra estrutura para ciclistas urbanos, meu percurso diario será de 17,5 Km (trabalho e saídas eventuais), considerando que terei que usar o carro alguns dias por causa dos meus filhos (cursos, aulas à noite etc.).